terça-feira, 7 de maio de 2019


A solidão e a aranha 

Sem mesmo a menor das culpas
Perdida no maior dos dias
No tempo sem igual dos vivos
Sem ao menos saber, sentia

No meio de todos os planos
No caos ordenado da pia
No jantar do mais lindo engano
Contrastava, a geladeira vazia

No corredor, lâmpada queimada
No quarto, a pele fria
O tempo insiste, única companhia

Que estranha a vida, julgava ela
Sobre o silencio do meio dia
Ouvia, a trama da aranha na janela



Felipe Argiles

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