quarta-feira, 23 de abril de 2008

Nostalgia

Tenho medo de tudo que não entendo,
A lógica que não conheço me da medo
De avião eu tenho medo
Assim como do fundo do mar,
Tenho medo de fantasma
E de montanha russa,
Das distâncias intransponíveis...
Pula de pára-quedas me da medo,
Tenho medo de machucar o joelho
Tenho medo do espelho que insiste ser amigo das horas,
De perder oportunidades
De perder sorrisos,
A solidão me da medo,
Tenho medo da mesmice
Das palavras que não vem
E das cabeças fechadas ...
Porta trancada me da medo,
Tenho medo do domingo
Pelo que não entendo,
Tenho medo de me perder
E não mais me encontrar nos teus lábios...
Medo de cachorro brabo,
De quebrar o dedo,
De estar sozinho,
De chuva forte,
Da noite...

“Tenho medo de não ter mais medos”

O peso,
O fardo,
O largo,
O tardo do vento e do rio
Todos carregam a sua maneira
À hipnose da nostalgia,
Assim como o medo, do tempo e da solidão...


Felipe Argiles Silveira

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Amor cego e palpável

Recebo toda informação como dúvida, comparo e questiono, do voltas em mim procurando relação. Desperto embriagado, sem unidades, sem forma ou mensuração. Acelero meu passo e não tropeço nos instintos, nem na vontade, na falsa certeza do óbvio. Reflito e nego, incrédulo de verdades, pés no chão.

Ai desacelero, duvido da mentira, assimilo um mar de relação.
Limito e concentro excêntrico devaneio, se da luz as sombras, acerto o meio, desconsidero variáveis, limpo e afirmo conclusão.

Assim duvido do próximo instante com todas as forças que tenho. Julgo ao enjôo, todas as verdades com minhas dúvidas. Não vejo os porquês, vagos, ralos, nulos, indeterminados, assim como a própria existência.


Felipe Argiles Silveira