quinta-feira, 19 de abril de 2012

A dúvida

Faz tempo que não escrevo...
Não faltam idéias, pelo contrário
A poesia da idéia nós mantém vivos
Não falta paixão, pelo contrário
Apaixono pelo desejo do descobrir a cada passo,
Como todo apaixonado, misterioso não saber
Também não faltam horas,
Muito menos retalhos de desejos
Não faltam sonhos, não faltam ilusões
Não falta poesia pros momentos nostálgicos
Não falta estrada nem mesmo céu nublado
Música então...
Não falta o vinho, este que embriagar sentimentos,
Nos faz ver pelo contrário e sentir pelo inverso,
No fundo um espelho clássico
Não falta a chama do fogo que queima sem pressa
O andar sem sentido
O sentido sem princípio
O não saber eterno dos poetas
Não falta o beijo, o cheiro do beijo
A observação, a divagação...
A onda do mar, o quebrar constante das ondas
A brisa leve da tarde que se vai e nos deixa uma saudade qualquer
O encanto do plano, o projeto incerto...
Não faltam as palavras ou amor eterno
Não falta o doce, ainda menos o desejo do salgado
Não faltam destinos, caminhos sem volta
A torta e irregular estrada que sobe e desce assim como todos nós
Imperfeição não falta...
Não falta lua cheia nem razões dispersas
Os outros lados, deste caminhar
Beijo roubado, boa noite abraçado
O mais simples acordar
Frio na barriga e sorrisos de graça
O cair do sol...


Já não duvido mais.
Oh dúvida que falta...


Felipe Argiles Silveira

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