segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O tempo do tempo

O que me deixa assustado não são as bombas, as guerras, as mortes
Também não me assusta o ódio, os gritos, os berros
Não tenho medo dos homens, não tenho medo dos mortos
Não me assustam os temporais, os ventos e os erros

O que me faz pensar não são os descobridores do novo
O que me deixa perplexo não são os gênios nem os tolos
Não me apavoram as ações nem os atos pensados
Não me intrigam os faróis, nem os barcos e o espaço

O que me deixa encucado são verões, os verões passados
Os sorrisos perdidos e os beijos não roubados
O que me deixa cansado são os medos esquecidos

O que me deixa caduco são os outonos, os outonos passados
E as lembranças, as histórias, os amores, e se forem todos esquecidos?
O que me deixa assustado são os sonhos que deixamos de lado.


Felipe Argiles Silveira

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Além dos olhos

Tem coisas quem precisam ser sentidas,
Não podem ser explicadas nem ditas
Existem razões, simples e apenas razões
Para óbvio, o previsível,
Não ser assim discutido
Não ser assim tão simples

E existem tantas razões...
Para o sempre,
Razões para o simples, lógico continuar
E tão certo e monótono seguir do tempo
E tão raso e cego caminhar
Existem as horas, somente horas...

E o tempo passa pelos caminhos estreitos
Pelos lagos, pelas ruas, pelos exatos imperfeitos
Pelas luas...
Em um infinito, eterno silenciar


Felipe Argiles Silveira