domingo, 30 de setembro de 2007

Idéias

Chega do nada
Nas horas erradas
Chega e fica,
Passa, vai, vem e volta
Torta, engraçada
Não se explica
Não se guarda
Divide-se com os loucos
Afoga-se num copo
Elas surgem
Carregam-me com elas
Passa, vai, vem e volta.


Felipe Argiles Silveira

O sonhador

Não segue a linha
Não trilha os caminhos
Caminha sozinho nas ruas que cria
Inventa seus passos
Procura o errado
Enrolado no mundo que gira
E gira e gira
Carrega o tempo
E o vento que voa
E gira e gira
Tropeça, levanta e voa
Sozinho...


Felipe Argiles Silveira

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Castelo de cartas

Quanto menos te digo
Mais o certo serei
O errar não tem sentido
No tempo que não tem

O pouco que te completo
Da espaço pro que eu não sei
Te preenches com o abstrato
Do lugar que não toquei

Enquanto menos me sabes
Menos assim errarei
Por falar meias verdades
És a princesa eu o rei


Felipe Argiles Silveira

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O tamanho das coisas

Tem horas que pensamos não saber de nada, tudo é tão vago, tão superficial.
Desaprendemos a reconhecer coisas simples e especiais.
A chuva não molha mais ninguém, as cartas viraram e-mails e chegam todos os dias, as conversas e os olhos são separadas por um vidro, as coisas estão sempre tão perto e os sonhos acabam ficando sempre tão longe.
Olhar nos olhos de alguém é muito raro...
Conhecemos tantas pessoas que não temos tempo de mostrar quem somos e ficamos com medo. Medo desse lugar, onde errar não é humano e o humano não tem lugar.
Cada um esconde-se como consegue, guarda seus medos, seus versos e flores.
Encontrar alguém pra dividir parece sem sentido nesse mundinho, solitário com tantas pessoas onde acumulamos pros outros e sem nada ficamos.
A vida continua do mesmo tamanho, nos que vamos diminuindo...

Felipe Argiles Silveira

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Sobre estrelas

Em profundo e escuro canto
Não passa nem sol nem lua
Passa largo, meu encanto,
Que desaba, a pele nua.

Sempre encontro motivos
Ao caminhar sobre estrelas,
Perco meus rudes sentidos
Ao pisá-las sem vê-las.

Descubro desejos finitos
No passar dos meus dias
Sombras escondem perigo,

Sem qualquer rebeldia
À noite, invento o mistério
No caminhar das estrelas.

Felipe Argiles Silveira

domingo, 2 de setembro de 2007

Razão

Procuro razão pra não ter razão
Quando me perco na lenta noite
Se minha razão foi sempre você
Que esconde a razão em seus beijos

Quero a razão escondida no ser
Um ser de razão, completo por pouco
Errei novamente ao deixar me perder
Com poucas palavras e lindo olhar,

Perdi a razão e os sonhos de novo
Não existe razão na razão do ser
Não ter razão enlouquece os outros

E o pouco que sei do meu ser ou não ser,
Não encontro razão a não ser por você
Perdido nas horas desse tempo louco


Felipe Argiles Silveira