domingo, 24 de junho de 2007

Ilusão...

Falto chão pros nossos pés
Faltou onda e estrela cante,
Pra confessar segredos.
Mãos geladas, olhar pausado,
Inverno, outono, casa na praia,
Faltou conversa
Queria roubar teu sorriso,
Eu preciso do teu sorriso
Foi teu olhar apaixonado que faltou
Falto entrega e um pouquinho de saudade

Sobrou o céu o mar
Pra descansar das palavras,
Todas que guardei pra ti.
Sobrou inverno, minhas mãos geladas,
Meus pés sozinhos na noite que se arrasta
Ilusão...
Não sobrou nada.

Felipe Argiles Silveira

terça-feira, 19 de junho de 2007

Correnteza de poesia

A água que viaja,
Que escorre pela mesma margem
Água que carrega,
Partes soltas de um leito frágil
Pedras afundam, somem nas águas.
Águas viajantes da memória
Às horas carregam o vento,
Tão lento quanto esse rio de lágrimas
Barcos flutuam,
Tocam o horizonte inalcançável
Reflete nas águas a imprecisão do seu rumo.
Rio engoli, horizonte e barcos.
Carrega todos pro mesmo lugar
Leme solto na direção das pedras
Parece vazio o fundo do rio
Lá água brota, poesia nasce.

Felipe Argiles Silveira

Perfeição

Seria todo apenas um dia,
Sempre seria e serei por você.
Queria ser água em tarde chuvosa
Seria sorriso de pleno prazer
Seria saudade, uma vida passada,
A tarde cansada que passa sem ser
Queria ser sonho, ser beijo sem magoa,
Saudade apagada, uma triste canção,
Queria ser grito no meio do nada
E nada seria em meio à razão.

Seria por ti a primavera eterna,
No seu inverno, rosa no chão.
Queria ser vento e tocar seus cabelos
No infinito do céu levar teus desejos.
Ouvir os teus medos acaba com os meus
Te daria as estrelas, meu sul, meu espaço
Pois pro meu embaraço, tu és solução.
Na madrugada és sol é luz do reflexo
No tempo sem nexo es inspiração
Infinito seria, perfeição.

Felipe Argiles Silveira

Tenho medo do domingo

Tenho medo do domingo, tarde morta quieta traz a angustia em seus ombros.
Tenho medo do domingo, onde minha mente vazia é morada pra tristeza que vem de longe.
Tenho medo do domingo, tempo onde o delicado e a estupidez são amigos íntimos e brincam juntas no cair da tarde.
Tenho medo do domingo, das ruas mudas, dos becos mortos, paredes surdas.
Tenho medo do domingo, os perigos não estão à vista, estão descansando, tranqüilos em casa, na espera da madrugada.
Tenho medo do domingo, nem os pássaros cantam, nem o vento sopra, nem os rios correm, apenas o tédio é companheiro e me persegue com a programação pobre da TV que é alimento pra essas mentes secas.
Tenho medo, medo do domingo, buraco sem fundo, onde o nada é simplesmente o que nos resta.
Tenho medo do domingo, apenas à certeza do incerto, mundo quieto porque amanhã é segunda.

Felipe Argiles Silveira

Inspiração

É sair do mundo durante um momento
Dar asa as palavras que voam no vento da imaginação
Correr pelo nada e chegar a seu caminho
Dar vida ao espírito que repousa na imensidão

É criação, descompasso, desalinho
Linha que se estende nos inconscientes
Fruto da despadronização das almas
Filho novo que berra e se acalma

É onda de inspiração que adormece os seres
Primavera constante dos loucos incompreendidos
Lagrimas que abandonam os olhos dos amantes

Descendo pelo papel rabiscando desejos
A poesia da vida é o inexplicável dos seres
Que surge ao vento e sopra suas canções

Felipe Argiles Silveira

Poeta

Ele passa solitário no meio de todos
Pensando em que tanto, os outros pensaram.
Desenhando seus poemas, flutua,
Voando leve no seu próprio tempo
Sábio e solitário passa despercebido
Visto apenas pelos olhos certos,
Mágico não reconhecido.
Carrega seu guidon pelas ruas
Observando, guiando, sonhando
Às vezes parando,
Mas nunca no mesmo lugar
Caminha de pressa, guia preciso,
Na imprecisão das coisas, dos outros,
Faz da palavra sua magia
Faz da sua arte, encanto,
Para outros tantos solitários como eu.

Felipe Argiles Silveira

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Tempo passado

Tão frágil parecia,
Esgotou-se o tempo
Caiam pedras, choviam lágrimas,
Todas as verdades escondidas de baixo de um sorriso claro
Já haviam ido os dois últimos que confiavam,
E o barulho ensurdecedor do relógio, perto da porta...

Parecia tão forte
Esconderia os cortes,
Para alguns que ainda restavam
Abraçaria a sorte e fechado sorriria
Dançaria nas mágoas,
Se afogaria nas águas que dos olhos escorria

Tempo passado,
Tão seguro parecia
Voando tão alto sem asas,
Pairando pelos ares...

Esgotou-se o tempo
Caiam pedras, choviam lágrimas.


Felipe Argiles Silveira

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Poeminha

Te dou minha poesia
São apenas palavras, escritas viradas,
Sentidos e sentimentos atirados no papel.
À tardinha vem chegando...

Te dou o sol,
Pra que guarde toda luz.
Poderá enxergar teus pés, ver onde pisa.
Que não pise nas palavras
Perigo de cair no vazio, no papel que tudo aceita.

Te dou toda saudade
Pra entender minha poesia,
Mergulhe nos versos da alma
E te seque ao sol.

Felipe Argiles Silveira

terça-feira, 12 de junho de 2007

Borboletas

Levem meus amores,
Acabem com meus medos,
Fico com idéias, projetos e planos,
Não imploram, não exploram.
No outono decolam como as borboletas
Se vão, mas não choram.

Felipe Argiles Silveira

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Sobrepasso

Passo a passo,
Pé por pé,
Contorno o caminho,
Enxergo longe,
Não vejo nada
A luz ofusca...

Caminho na noite
Por todo o caminho
Não vejo buracos,
Não vejo nada...

Para sozinho
No meio da estrada,
O tempo passa
O tempo passa...

Corro e desvio,
Apuro meu passo,
Tropeço e caio,
No meio do nada

Adormeço e acordo,
No meio de estrelas
No meio das flores
Encontro você
Esqueço o caminho,
A estrada e a pressa
Não lembro do tempo
Não vejo buracos
Fecho meus olhos
E vôo...

Felipe Argiles Silveira

Sem fim...

Quero ser seu amigo, seu amor
Ser seu sorriso mais tímido e sincero
Quero ser o dono do tempo pra segurar os segundos
Eternizar beijos e esquecer das lagrimas
Quero ser seu desejo seu cheiro
Quero ser o tempero da vida tranqüila
A rede q balança e as ondas que tocam a praia
A calma nas horas sofridas, o sonho das noites vazias
Quero ser poesia...
Companheiro seu guia
Quero aprender a beijar sua boca,
Entrar nos seus olhos e descansar nos seus lábios
Quero ser a cama o filme a luz do seus dias
Quero ser sua poesia...
Da risada da vida, dar vida aos planos
Sentir o vento q esfria, sentido ao tempo q corre
A vida q passa...
Quero estar sempre ao seu lado


Felipe Argiles Silveira

O Castelo e a Rosa

Na relatividade da vida gênio é quem compreende as coisas mais simples, da valor aos momentos, eterniza cada segundo dando o devido valor pras pessoas.
As vezes demoramos muitos anos pra confiar em uma pessoa mas em um segundo pode cair o castelo de cartas, tão frágil, construído com cautela.
Errado quem se constrói a partir do seu redor, sábio aquele que faz do seu interior seu primeiro mundo, modificando assim todos na volta.
Como é difícil agüentar os dias sem alguém que modifica nosso mundo quando esta perto.
A idéia do amor é tão relativa quanto à vida, às infinitas maneiras de expressar essa palavra fazem da vida algo tão mágico que o sonho da eternidade nos persegue.
Agora penso que se a vida eterna fosse uma realidade o que faríamos contra o tédio dos dias sem nossos amores?
O segredo de tudo ta na constante modificação do nosso espaço, só assim podemos terminar com a monotonia. Quando os amores se forem peço quem junto com eles me levem, construiremos juntos todos os momentos, assim vivendo eternamente.

Felipe Argiles Silveira

Rotina


Mais uma vez ninguém olhou pra lua
Já é tarde as casas dormem no mais profundo silencio
As ruas lentas escondem algum mistério
Os homens dormem
Os pássaros já deram seu ultimo canto
Apenas o vento passeia livre pela rua
A lua calada ilumina a cidade q repousa tranqüila
O dia foi embora mais uma vez
Sem ninguém perceber
As horas passam
E com ela levam a lua
Os corpos despertam e tomam seus lugares
O movimento vai tomando conta das ruas
Os pássaros tossem com a fumaça
Muitos barulhos, muitos gritos.
O sol brilha muito forte o calor é insuportável
Os homens correm pela cidade
Ninguém olhou a beleza do céu nem o azul do mar
E as horas passam
E com ela levam o dia
As horas levam a juventude, levam a beleza
Levam a nossa vida
Faça com que as horas levem a rotina
Seja dono do seu tempo
Seja seu

Felipe Argiles Silveira